domingo, 11 de outubro de 2009

O caos da cidade sem sinal



Imagine uma grande e movimentada avenida como a Presidente Vargas ou a Rio Branco sem sinal de trânsito? Agora coloque milhares de pessoas tentando atravessar a rua entre os carros, motoristas freando em cima de mulheres e homens, e um barulho ensurdecedor de buzina. Imaginou? Então, você tem a figura perfeita do que é o Cairo. Nesta gigante metrópole de 15 milhões de habitantes quase não há sinais ou passarela para os pedestres. Se o Cairro fosse Johanesburgo, ainda era um absurdo, porém um pouco mais compreensível já que na cidade sul-africana quase não se vê gente andando nas ruas. Mas não é o caso aqui. A capital do Egito é tão ou mais movimentado do que o Rio.

Usar a buzina virou um tique - elas servem para tudo: reclamar de um motorista mal-educado, chamar atenção de um pedestre, cumprimentar um amigo, chamar passageiros para taxis e ônibus, agradecer, etc. Na verdade, ela serve para tanta coisa que acaba servindo apenas para enfernizar ainda mais o trânsito.
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Aqui reina o "jeitinho egípcio". O cidadão aponta o carro e aos poucos vai pedindo passagem. O pedestre se aventura no trânsito maluco, o que obriga os carros a reduzir. É arriscado, mas no fim todos se entendem. Na verdade, até existem alguns sinais, mas poucos funcionam. Facilitar a vida das pessoas certamente não é a prioridade do presidente-múmia do Egito, que está há 28 anos no poder.

Outra curiosidade sobre o trânsito egípcio é que aqui não tem hora do rush, ele é caótico das 8h da manhã à 1h da madrugada. Esta quinta (no Egito, o fim de semana começa na sexta, e o domingo deles é a nossa segunda-feira) pegamos engarrafamento à meia-noite, saindo de uma pizzaria. A cidade estava a todo vapor. As ruas lotadas de gente e muitas lojas abertas. É a primeira vez que eu vejo uma quitanda de frutas funcionando meia-noite e meia. Lavanderias, lojas de roupa, restaurantes...tudo aberto.
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No Egito é assim, as madrugadas são mais agitadas do que as manhãs. Muitas lojas abrem meio-dia para só fechar meia-noite. Dizem que no inverno é um pouco diferente. Além do calor, esse hábito é possível porque o país é muito seguro - índices baixíssimos de assalto, furto e assassinato. Há muitos policiais na rua - muito mais para manter a ordem e não ameaçar a estabilidade do governo ditatorial que comanda o país, do que para proteger a população.
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(Marta)

2 comentários:

  1. 28 anos no poder!!?? Deus do céu! Alternância democrática, nem pensar, né? :)

    Pô, gente, Mengão 2 x 1 São Paulo - e olha que desta vez nem fui ao Rio nem ao Maraca! E com direito a atuação de gala de Petkovic e a roubalheira deslavada da arbitragem. Que escândalo!!!

    Espero que, pelo menos, vocês continuem nesse embalo no jogo do próximo fim de semana, contra o Palmeiras, né? ;)

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  2. Essa questão de não haver sinais de trânsito e "... índices baixíssimos de assalto, furto e assassinato...." me fez pensar em uma hipótese: os ladrões e assassinos não conseguem atravessar as ruas e morrem atropelados.

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